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Resumo
A toxina botulínica tipo A (Botox) emergiu como uma ferramenta promissora no manejo pré-operatório de cirurgias de hérnia, especialmente em casos de grande complexidade, como as hérnias ventrais volumosas. Sua capacidade de induzir um relaxamento muscular prolongado, ao bloquear a liberação de acetilcolina nas junções neuromusculares, facilita o manuseio intraoperatório e o fechamento da parede abdominal. Esta revisão narrativa avaliou criticamente os estudos clínicos e experimentais disponíveis sobre o uso de Botox no contexto cirúrgico, explorando os mecanismos de ação da toxina, suas vantagens clínicas e os desafios relacionados à sua aplicação. As evidências sugerem que o Botox pode reduzir a tensão muscular intraoperatória, diminuir o tempo cirúrgico e melhorar o conforto pós-operatório dos pacientes, principalmente ao minimizar a dor associada ao espasmo muscular e à tensão mecânica sobre as suturas. No entanto, embora os resultados preliminares sejam encorajadores, a maioria dos estudos existentes carece de robustez metodológica e amostras suficientemente grandes para estabelecer diretrizes definitivas. Além disso, questões como o alto custo da toxina e a variabilidade individual na resposta ao tratamento ainda impõem desafios significativos. Assim, são necessários ensaios clínicos randomizados e estudos de custo-benefício mais detalhados para validar plenamente o papel do Botox em cirurgias de hérnia e determinar sua viabilidade como estratégia terapêutica de rotina.
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