A REDUÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE RASTREIO PARA CÂNCER DE MAMA DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19 E O AUMENTO DO NÚMERO DE DIAGNÓSTICOS E ÓBITOS POR NEOPLASIAS MALIGNAS DE MAMA NO BRASIL: UMA ANÁLISE QUANTITATIVA

Resumo

O câncer de mama representa o tumor de maior incidência e maior mortalidade na população feminina, representando 522 mil óbitos anualmente no mundo. No Brasil sua incidência é de 56,20 casos a cada 100 mil mulheres, tratando-se de um problema de saúde pública. A detecção precoce se mostra como a principal estratégia para o combate ao câncer de mama, baseando-se primordialmente no rastreamento, que tem como método de escolha mais utilizado a mamografia. Foi calculado que entre 1987 e 1997, nos EUA, 10 mil mulheres deixaram de morrer por câncer de mama devido ao efetivo rastreio realizado. No brasil, o número de mamografias aumentou em 248% entre 2009 e 2019. Em contrapartida, durante a pandemia pelo coronavírus, milhões de pacientes foram impedidas de realizar a mamografia devido às políticas de isolamento social implementadas devido a pandemia de COVID-19. O estudo objetivou a análise e a comparação entre a queda de procedimentos realizados para rastreamento de câncer de mama durante a pandemia de COVID-19 e o aumento no registro de lesões nodulares malignas e óbitos por neoplasias malignas da mama no período pós-pandemia. Referiu-se a uma pesquisa de natureza quantitativa, baseada em dados disponíveis na plataforma DataSUS, por meio do Sistema de Informação do Câncer (SISCAN). Verificou-se a queda do volume de procedimentos realizados durante o período de pandemia e o posterior aumento do número de diagnósticos de câncer de mama e óbitos por esta causa no Brasil.