Palavras-chave
Como Citar
Resumo
Introdução: A otorreia do líquido cefalorraquidiano (LCR) é um sinal sério no contexto de traumatismo craniano. Se qualquer secreção no ouvido for notada após um traumatismo craniano sério, particularmente secreção clara ou sanguinolenta, o paciente deve ser submetido a uma avaliação para otorreia do LCR causada por uma fratura do crânio temporal basilar. Objetivos: discutir a avaliação da otorreia em crianças. Metodologia: Revisão de literatura integrativa a partir de bases científicas de dados da Scielo, da PubMed e da BVS, no período de janeiro a abril de 2024, com os descritores "Otorrhea", "Assessment" AND "Children". Incluíram-se artigos de 2019-2024 (total 9), com exclusão de outros critérios e escolha de 05 artigos na íntegra. Resultados e Discussão: Otorreia significa drenagem de líquido do ouvido. Otorreia resulta de patologia do canal auditivo externo ou doença do ouvido médio com perfuração da membrana timpânica. A história e o exame físico diferenciarão entre a maioria das causas de otorreia em crianças. A avaliação de otorreia em crianças é feita por um médico, que pode incluir: verificação dos sinais vitais e febre, inspeção da orelha e regiões adjacentes para verificar edema e hiperemia, palpação do pavilhão auricular e do trago para verificar piora da dor, exame do meato acústico com otoscópio para verificar a secreção, lesões no conduto, tecido de granulação e corpos estranhos, exame da membrana timpânica para verificar inflamação, perfuração, distorção e sinais de colesteatoma. A maioria das crianças com otorreia tem otite externa bacteriana ou otite média aguda (OMA) com perfuração da membrana timpânica. Pacientes que parecem doentes ou têm otorreia após traumatismo craniano requerem esforços agressivos para diagnosticar e tratar potenciais causas de risco de vida de otorreia (fratura da base do crânio, otite externa necrosante, complicações infecciosas de OMA). Uma vez que um diagnóstico de trabalho é estabelecido, uma consulta rápida com um especialista pediátrico em ouvido, nariz e garganta é garantida para condições de risco de vida (por exemplo, otorreia do líquido cefalorraquidiano [LCR], mastoidite ou outras complicações infecciosas de OMA, otite externa necrosante ou neoplasia) e aquelas que requerem biópsia para diagnóstico definitivo. O tratamento da otorreia pode incluir: Conduta expectante, com observação de 48 a 72 horas e uso de sintomáticos, aplicação de remédios diretamente no canal auditivo para dissolver a secreção e administração de antibióticos, caso a otorreia seja causada por uma infecção bacteriana. Conclusão: A otorreia é a descarga de secreção pelo ouvido, que pode ser sanguinolenta, sero-mucosa ou purulenta. Segundo as recomendações da Academia Americana de Pediatria, você sempre deve iniciar em crianças menores de 6 meses, na presença de otorreia ao exame, temperatura acima de 39ºC, sinais de toxemia ou otalgia persistente por mais de 48 horas.
Referências
Ghanem T, Rasamny JK, Park SS. Repensando o trauma auricular. Laryngoscope 2005; 115:1251.
Kansu L, Yilmaz I. Herpes zoster oticus (síndrome de Ramsay Hunt) em crianças: relato de caso e revisão de literatura. Int J Pediatr Otorhinolaryngol 2012; 76:772.
Rosenfeld RM, Schwartz SR, Cannon CR, et al. Diretriz de prática clínica: otite externa aguda. Otolaryngol Head Neck Surg 2014; 150:S1.
Rubin J, Yu VL, Stool SE. Otite externa maligna em crianças. J Pediatr 1988; 113:965.
Lieberthal AS, Carroll AE, Chonmaitree T, et al. O diagnóstico e o tratamento da otite média aguda. Pediatrics 2013; 131:e964.
Mattos JL, Colman KL, Casselbrant ML, Chi DH. Complicações intratemporais e intracranianas de otite média aguda em uma população pediátrica. Int J Pediatr Otorhinolaryngol 2014; 78:2161.
Wu JF, Jin Z, Yang JM, et al. Complicações extracranianas e intracranianas da otite média: 22 anos de experiência clínica e análise. Acta Otolaryngol 2012; 132:261.
Zapalac JS, Billings KR, Schwade ND, Roland PS. Complicações supurativas da otite média aguda na era da resistência aos antibióticos. Arch Otolaryngol Head Neck Surg 2002; 128:660.
Hurtado TR, Zeger WG. Hemotímpanos secundários à epistaxe espontânea em uma criança de 7 anos. J Emerg Med 2004; 26:61.
Conover K. Dor de ouvido. Emerg Med Clin North Am 2013; 31:413.
Macfadyen CA, Acuin JM, Gamble C. Antibióticos sistêmicos versus tratamentos tópicos para ouvidos com secreção crônica e perfurações de tímpano subjacentes. Cochrane Database Syst Rev 2006; :CD005608.
Sanna M, Russo A, DeDonto G. Atlas colorido de otoscopia, Thieme, Nova York 1999.
Gliklich RE, Cunningham MJ, Eavey RD. A causa de pólipos aurais em crianças. Arch Otolaryngol Head Neck Surg 1993; 119:669.
Magliocca KR, Vivas EX, Griffith CC. Lesões idiopáticas, infecciosas e reativas do ouvido e osso temporal. Head Neck Pathol 2018; 12:328.
Harris KC, Conley SF, Kerschner JE. Granuloma de corpo estranho do canal auditivo externo. Pediatrics 2004; 113:e371.
Persaud RA, Hajioff D, Thevasagayam MS, et al. Ceratose obturante e colesteatoma do canal auditivo externo: como e por que devemos distinguir entre essas condições. Clin Otolaryngol Allied Sci 2004; 29:577.
Shire JR, Donegan JO. Colesteatoma do canal auditivo externo e ceratose obturante. Am J Otol 1986; 7:361.
Rao AK, Merenda DM, Wetmore SJ. Diagnóstico e tratamento de otorreia espontânea do líquido cefalorraquidiano. Otol Neurotol 2005; 26:1171.
Hannley MT, Denneny JC 3rd, Holzer SS. Uso de antibióticos ototópicos no tratamento de 3 doenças comuns do ouvido. Otolaryngol Head Neck Surg 2000; 122:934.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Ana Clara Abrahão Melo, Maria Luiza Cardoso Ferreira Soares, Maria Eugênia Costa Casagrande, Maria Vitória Bugallo Toth