CRITÉRIOS E PROCEDIMENTOS DE CRANIECOTOMIA DESCOMPRESSIVA EM CASOS DE PRESSÃO INTRACRANIANA EM ADULTOS E CRIANÇAS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Resumo

A craniotomia descompressiva (CD) é um procedimento cirúrgico recomendado para a redução imediata da pressão intracraniana (PIC), comumente utilizada em casos de edema cerebral, hematoma subdural agudo e algumas condições não traumáticas. A técnica envolve a realização de uma craniotomia e a expansão da dura-máter para acomodar o cérebro edemaciado. O trabalho se deu por diversos estudos que analisam as indicações de CD apresentam resultados variados. Embora não existam evidências sólidas que justifiquem seu uso de rotina em adultos com traumatismo cranioencefálico (TCE) grave, mas em pacientes pediátricos parece demonstrar maior eficácia. A refratariedade da hipertensão intracraniana (HIC) às intervenções clínicas sugere uma falha na autorregulação cerebral, caracterizando a presença de brain swelling (BS) ou edema cerebral. A CD é indicada nos casos de BS, seja bilateral (Marshall III) ou unilateral (Marshall IV). A técnica envolve a remoção de um fragmento ósseo mais extenso do que o comumente utilizado em casos de hematomas e contusões, sendo a incisão em "T" de Kemp a preferida por proporcionar maior acesso às regiões frontotemporoparietais e permitir uma ampla descompressão óssea. Após a craniotomia, procede-se à abertura da dura-máter e, posteriormente, à duroplastia, finalizando com a reposição do retalho ósseo após a redução do abaulamento cerebral. Assim, a CD é eficaz na redução imediata da PIC, prevenindo a HIC, que está associada a um prognóstico desfavorável. Sua utilidade é particularmente evidente quando realizada precocemente em vítimas de TCE com HIC, comparada à intervenção tardia ou ao uso exclusivo de medidas clínicas para controle da PIC, como coma barbitúrico ou hipotermia.