IMPACTOS DA COINFECÇÃO DE HIV E TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO BRASILEIRA
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Palavras-chave

Coinfecção HIV/Tuberculose,
Adesão ao Tratamento
Saúde pública

Como Citar

ferreira Souto de Souza, J. augusto, Urso Beraldo Moraes, L. F., Ribeiro Cesar, M., & Campos Teodoro, A. C. (2024). IMPACTOS DA COINFECÇÃO DE HIV E TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO BRASILEIRA. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(9), 3911–3925. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n9p3911-3925

Resumo

A coinfecção por HIV e tuberculose (TB) é um desafio significativo de saúde pública no Brasil e no mundo, pois ambas as doenças afetam principalmente populações vulneráveis. O HIV, que compromete o sistema imunológico, aumenta drasticamente a probabilidade de uma pessoa desenvolver TB ativa. Estima-se que pessoas com HIV tenham 21 a 34 vezes mais chances de contrair TB do que aquelas sem o vírus, tornando a TB a principal causa de morte entre portadores de HIV/AIDS. No Brasil, entre 2007 e 2019, foram registrados mais de 300 mil novos casos de HIV, com prevalência entre adultos de 25 a 39 anos. A coinfecção HIV/TB está relacionada a fatores sociais, como pobreza, baixo nível educacional, falta de acesso a informações e serviços de saúde, o que muitas vezes resulta em diagnóstico tardio e abandono do tratamento. Isso ocorre principalmente entre populações-chave, como homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, pessoas transgênero e usuários de drogas. O diagnóstico precoce da TB em pessoas com HIV é dificultado pela alteração nos sintomas clínicos e pela menor sensibilidade aos exames de baciloscopia. No entanto, o tratamento integrado de HIV e TB é eficaz, embora exija alta adesão a regimes terapêuticos complexos. A terapia antirretroviral (TARV) deve ser iniciada em todos os pacientes com TB ativa, independentemente da contagem de linfócitos CD4, e combinada com o tratamento antituberculose. A coinfecção, além dos desafios físicos, gera impactos emocionais e sociais, como estigma e rejeição familiar, que dificultam a adesão ao tratamento. Portanto, é essencial melhorar as políticas de rastreamento e tratamento dessas infecções, além de fornecer suporte psicológico integrado ao atendimento clínico, visando aumentar a adesão e reduzir a mortalidade associada.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n9p3911-3925
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