Resumo
A desnutrição infantil constitui um sério desafio de saúde pública, afetando milhões de crianças ao redor do planeta. Essa condição clínica, caracterizada pela ingestão inadequada de nutrientes fundamentais, pode resultar em consequências físicas e cognitivas graves. As causas são multifacetadas, englobando pobreza, falta de acesso a alimentos nutritivos e deficiências na educação nutricional. A desnutrição compromete não apenas o crescimento e o desenvolvimento infantil, mas também eleva a suscetibilidade a doenças. Um estudo epidemiológico de natureza descritiva e abordagem quantitativa, utilizando dados do Sistema de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), foi realizado com recorte temporal de 2017 a 2023, considerando as variáveis de ano de atendimento, regiões do Brasil e faixa etária de menores de 1 ano a 14 anos. Conforme os dados analisados, foram registradas 30.012 internações por diagnósticos relacionados à desnutrição em crianças e adolescentes, com uma taxa de mortalidade de 1,98%, o que gera um alerta significativo. Além disso, entre os anos avaliados, 2022 apresentou 5.569 internações, enquanto a maior taxa de mortalidade ocorreu em 2018, com 2,29%. A região Nordeste destacou-se com 11.590 casos de desnutrição, e a região Norte apresentou uma taxa de mortalidade de 4,05%, a mais alta no período analisado. A faixa etária mais afetada foi a dos menores de 1 ano, com 118.472 internações, e a maior taxa de mortalidade registrada. Logo, estratégias são necessárias para minimizar essas hospitalizações como educação em saúde e nutricional, criação e fortalecimento de programas sobre alimentação, acompanhamento nutricional e no desenvolvimento infantil. Essas estratégias, quando implementadas de forma conjunta e coordenada, podem contribuir significativamente para a redução das internações e mortes por desnutrição infantil.
Referências
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