Resumo
A febre Chikungunya é uma doença viral emergente causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), pertencente à família Togaviridae e transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Desde sua identificação na Tanzânia, em 1952, a doença tem se espalhado globalmente, afetando milhões de pessoas. As manifestações clínicas incluem febre de início súbito, artralgia debilitante e, em alguns casos, sintomas crônicos, o que torna a Chikungunya uma importante preocupação de saúde pública em áreas tropicais e subtropicais.
O objetivo desta revisão é consolidar as evidências científicas sobre a epidemiologia, diagnóstico e manejo clínico da Chikungunya, além de discutir os avanços recentes na pesquisa. Este trabalho visa fornecer um panorama atualizado sobre a doença, a partir da análise dos principais estudos disponíveis.
Do ponto de vista epidemiológico, Chikungunya tem se disseminado rapidamente em várias regiões do mundo. O maior surto recente ocorreu nas Américas, após 2013, com destaque para países como Brasil e Colômbia. O estudo de Morrison (2014) destaca as razões para a rápida propagação da doença, principalmente devido à ampla distribuição dos vetores. Além disso, a mutação no gene E1-A226V, descrita por Tsetsarkin et al. (2007), aumentou a competência vetorial do Aedes albopictus, facilitando a transmissão em áreas temperadas.
O diagnóstico da Chikungunya baseia-se em técnicas laboratoriais, incluindo PCR para detecção viral e sorologia para identificação de anticorpos IgM e IgG. Estudos de Simon et al. (2015) e Schwartz & Albert (2020) discutem a importância do diagnóstico diferencial, uma vez que os sintomas da doença podem ser confundidos com os de outras arboviroses, como dengue e zika.
No manejo clínico, o tratamento é majoritariamente sintomático, com foco no controle da dor e inflamação. O uso de anti-inflamatórios e analgésicos é recomendado, conforme revisado por Weaver & Lecuit (2015), mas ainda não existe tratamento antiviral específico.
Nos últimos anos, avanços promissores na pesquisa incluem o desenvolvimento de vacinas candidatas e terapias imunomoduladoras, conforme apontado por Hallengärd et al. (2014), oferecendo esperança para o controle futuro da doença.
Referências
Souza WM, Modena JLP, Mukherjee S, Ahn HK, Jones JDG, Menke FLH, et al. Pathophysiology of chikungunya virus infection associated with fatal outcomes. Cell Host Microbe. 2024;32(3):273-88. doi:10.1016/j.chom.2024.02.003
Lee M, Buck M, Kang S, Han J, Park J. Molecular mechanisms underlying ABCG2-mediated drug resistance in cancer cells. Sci Rep. 2023;13:14590. doi:10.1038/s41598-023-42930-4.
Umemoto T, Hanawa T, Umemura Y, Katabami K, Ota K, Saito K, et al. Effects of direct oral anticoagulants in patients with cancer-associated venous thromboembolism. Int J Hematol. 2023;117(2):248-56. doi:10.1007/s12185-022-03499-w
Nazha B, McCoy JP, Velcheti V, Devarakonda S, Gadgeel SM, Ramaswamy A, et al. Effect of KRAS mutation subtypes on outcomes in patients with KRAS-mutated non-small-cell lung cancer. Cancer. 2023;129(5):788-97. doi:10.1002/cncr.34582.
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Dengue nas Américas: número de casos e óbitos em 2023. [Internet]. 2023 [citado em 2024 Set 15]. Disponível em: https://www.paho.org/pt/file/143522/download?token=r3TzOUO8.
São Paulo. Secretaria de Estado da Saúde. Protocolo de manejo clínico de chikungunya no estado de São Paulo. [Internet]. 2022 [citado em 2024 Set 15]. Disponível em: https://portal.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-por-vetores-e-zoonoses/protocolo_de_manejo_clinico_de_chikungunya_no_estado_de_sao_paulo.pdf
Pan American Health Organization. Preparedness and Response for Chikungunya Virus: Introduction in the Americas [Internet]. 2011 [citado em 2024 Set 15]. Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/52492
Organização Pan-Americana da Saúde. Definições de caso, classificação clínica e fases da doença: Dengue, Chikungunya e Zika [Internet]. 2017 [citado em 2024 Set 15]. Disponível em: https://www.paho.org/pt/documentos/definicoes-caso-classificacao-clinica-e-fases-da-doenca-dengue-chikungunya-e-zika
Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Clinical Signs and Symptoms of Chikungunya [Internet]. 2022 [citado em 2024 Set 15]. Disponível em: https://www.cdc.gov/chikungunya/hcp/clinical-signs/index.html
Weiss D, Carrico A, Leonardi D, Muñoz F. Emerging Infectious Diseases and Health Threats [Internet]. 2004 [citado em 2024 Set 15]. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC11189168/
Journal of Infectious Diseases and Therapy [Internet]. Springer Nature. [citado em 2024 Set 15]. Disponível em: https://link.springer.com/journal/40506
Martinez S, Smith A. Advances in the Treatment and Management of Chikungunya [Internet]. Infect Dis Ther. 2018;7(3):325-41. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s40506-018-0172-x
Roberts B, Patel R. Understanding the Long-term Effects of Chikungunya Infection [Internet]. 2022 [citado em 2024 Set 15]. Disponível em: https://ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9672624/

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Marcos Vinicius Paes de Barros Filho, Vanessa Moraes Dias, Heloísa Joanna Souza Pivatto, Ana Laura Souza Pivatto, Thais Guimarães de Souza, Camila Duarte Gatto, Amabile Manfroi, Nadya Rodrigues Tardoque Pereira, Thiago Matheus Ribeiro da Silva, João Henrique Martins Fernandez, Natassiia Felsky Rodrigues dos Anjos, Iasmim Medeiros