Resumo
Introdução: O tumor hipofisário consiste em um crescimento anormal da glândula pituitária e pode estar associado à hiperprolactinemia e à acromegalia. Este é um evento pouco comum, visto que, em gestantes com tumores hipofisários, o macroadenoma foi encontrado em cerca de 24% dos casos, e em relação à acromegalia, um estudo no Reino Unido revelou apenas 3 gestantes com essa condição, dentre as 71 estudadas com tumor hipofisário. Este estudo tem como objetivo relatar um caso de macroadenoma hipofisário associado à hiperprolactinemia e acromegalia em uma mulher que estava grávida. Metodologia: foi realizado um estudo observacional de braço único, no qual foram analisados o histórico da paciente e os resultados de exames complementares (laboratoriais e de imagem). Relato do caso: uma gestante de 24 anos com um macroadenoma pituitário concomitante. Ela foi submetida previamente à cirurgia transesfenoidal e tratada com cabergolina e octreotida, porém sem remissão completa dos sintomas. Resultados e discussão: a paciente desenvolveu diabetes e hipertensão durante a gestação, além de ruptura prematura de membranas. Sabe-se que a acromegalia pode levar ao desenvolvimento de diabetes e hipertensão gestacional, porém a ruptura prematura de membranas não está documentada como uma complicação direta da acromegalia ou hiperprolactinemia. Conclusões: é de extrema importância um diagnóstico precoce para um tratamento e acompanhamento adequados de pacientes com macroadenoma, visando melhorar a qualidade de vida, prevenir complicações e evitar intercorrências durante a gestação
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