Resumo
As coronariopatias compreendem doenças que acometem as artérias coronárias, as quais são responsáveis pela irrigação do coração, abrangendo porções subepicárdicas, subendocárdicas, o endocárdio e o miocárdio. A abordagem farmacológica na SCC deve ser individualizada, considerando as comorbidades, a tolerância aos medicamentos e a resposta clínica do paciente. A monitorização regular e o ajuste terapêutico são essenciais para otimizar os desfechos a longo prazo, sempre em consonância com as diretrizes clínicas vigentes e em contexto multidisciplinar, integrando intervenções não farmacológicas, como mudanças no estilo de vida, para maximizar o benefício terapêutico. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, a qual investigou sobre o manejo farmacológico da SCC, por meio de medicamentos que reduzem a mortalidade, para avaliar segurança e eficácia terapêutica, pela coleta de dados nas plataformas PubMed, LILACS, Periódicos CAPES, EMBASE e Scielo, dos últimos 5 anos. Assim, os achados não apenas reforçam as recomendações atuais para o manejo da SCC, como também levantam novas questões sobre a otimização da terapia antiplaquetária em subgrupos específicos de pacientes. A ausência de superioridade do ticagrelor sobre o clopidogrel em diversos contextos clínicos sugere a necessidade de critérios mais refinados para a seleção de agentes antiplaquetários, potencialmente baseados em biomarcadores inflamatórios como a IL-6. Além disso, a eficácia do PAT em pacientes mais jovens ressalta a importância de estratégias terapêuticas individualizadas. Contudo, para uma aplicação clínica mais ampla desses achados, são necessárias investigações adicionais que avaliem os impactos a longo prazo das diferentes estratégias terapêuticas e explorem o papel de novos biomarcadores na estratificação de risco e personalização do tratamento na SCC.
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