Manejo de Síndrome Compartimental em Traumatismos Graves: Diagnóstico, Intervenção Cirúrgica e Cuidados Pós-Operatórios
PDF

Palavras-chave

Edema
Fasciotomia
Isquemia
Rabdomiólise

Como Citar

Moraes Cabral, B., Nantes Vieira Gastaldi, Álvaro, Welter dos Santos, S., Mortari, L., Gomes Lima Martins, G., Ziero Tesser, S., D’avila Lopes, L., Laba Silva, R., Barros Alfaiate, E., Amorim Trad, M. C., Fontes da Silva, M., & Avanci Júnior, J. A. (2024). Manejo de Síndrome Compartimental em Traumatismos Graves: Diagnóstico, Intervenção Cirúrgica e Cuidados Pós-Operatórios. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(9), 661–675. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n9p661-675

Resumo

A síndrome compartimental é uma emergência médica que ocorre quando a pressão dentro de um compartimento fascial atinge níveis críticos, levando à redução do fluxo sanguíneo e subsequente isquemia tecidual. Este estudo teve como objetivo aprofundar a compreensão do manejo da síndrome compartimental em traumas graves, com foco no diagnóstico precoce, intervenções cirúrgicas apropriadas e cuidados pós-operatórios integrados. Foi realizada uma revisão abrangente da literatura e uma análise crítica das práticas clínicas atuais. A fisiopatologia da síndrome compartimental envolve um aumento crítico da pressão intracompartmental, frequentemente desencadeado por fraturas, lesões por esmagamento ou queimaduras, resultando na diminuição da perfusão capilar e hipóxia tecidual. O reconhecimento precoce de sinais clínicos, como dor desproporcional, parestesia e paralisia, é essencial, e a monitorização da pressão intracompartmental é vital para um diagnóstico preciso. O tratamento padrão é a fasciotomia, que, quando realizada prontamente, pode prevenir danos isquêmicos irreversíveis. A decisão de realizar a fasciotomia deve ser baseada nos sinais clínicos e nas medições de pressão, idealmente sendo realizada dentro de seis horas após o início dos sintomas. O cuidado pós-operatório, incluindo o manejo do edema, a prevenção de infecções e o fechamento de feridas, desempenha um papel crucial na recuperação do paciente. O manejo eficaz da síndrome compartimental depende não apenas da intervenção cirúrgica oportuna, mas também de cuidados pós-operatórios meticulosos e reabilitação intensiva. O estudo conclui que, embora a fasciotomia permaneça a principal intervenção, o diagnóstico precoce, a vigilância pós-operatória e a reabilitação abrangente são essenciais para minimizar complicações e melhorar os resultados funcionais a longo prazo para pacientes com síndrome compartimental.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n9p661-675
PDF

Referências

ALKHALIFAH, M. K.; ALMUTAIRI, F. S. H. Optimising Wound Closure Following a Fasciotomy: A narrative review. Sultan Qaboos Univ Med J. 2019 Aug;19(3):e192-e200. doi: 10.18295/squmj.2019.19.03.004.

ALTAN, L. Postoperative rehabilitation of compartment syndrome following fasciotomy. Turk J Phys Med Rehabil. 2023 May 15;69(2):133-139. doi: 10.5606/tftrd.2023.13041.

AN, M. et al. Identifying key risk factors for acute compartment syndrome in tibial diaphysis fracture patients. Sci Rep 14, 8913 (2024). https://doi.org/10.1038/s41598-024-59669-1.

BAUMFELD, D. et al. Segmental decompressive fasciotomy for acute non-traumatic compartment syndrome in a professional soccer player: case report. Rev bras ortop [Internet]. 2018Jan;53(2):244–7. Available from: https://doi.org/10.1016/j.rboe.2018.02.001.

COCCOLINI, F. et al. Timing of surgical intervention for compartment syndrome in different body region: systematic review of the literature. World J Emerg Surg 15, 60 (2020). https://doi.org/10.1186/s13017-020-00339-8.

COELHO, N. V. et al. Compartment syndrome: an analysis of possible complications in the context of open fractures. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 7, n. 1, p. 900-907, jan./fev., 2024. doi:10.34119/bjhrv7n1-068.

DRESING, K. et al. Perioperative and posttraumatic anti-edematous decongestive device-based negative pressure treatment for anti-edematous swelling treatment of the lower extremity - a prospective quality study. Int J Burns Trauma. 2021 Jun 15;11(3):145-155. PMID: 34336378.

DONALDSON, J.; HADDAD, B.; KHAN, W. S. The pathophysiology, diagnosis and current management of acute compartment syndrome. Open Orthop J. 2014 Jun 27;8:185-93. doi: 10.2174/1874325001408010185.

FAMILI, D. T. et al. Recurrent atraumatic compartment syndrome as a manifestation of genetic neuromuscular disease. Neuromuscular Disorders Volume 33, Issue 11 , November 2023, Pages 866-872. doi: 10.1016/j.nmd.2023.09.007.

GARNER, M. R. et al. Compartment syndrome: diagnosis, management, and unique concerns in the twenty-first century. HSS J. 2014 Jul;10(2):143-52. doi: 10.1007/s11420-014-9386-8. Epub 2014 Jun 7. PMID: 25050098; PMCID: PMC4071472.

HALANSKI, M. A. et al. Intracompartmental Pressure Monitoring Using a Handheld Pressure Monitoring System. JBJS Essent Surg Tech. 2015 Mar 25;5(1):e6. doi: 10.2106/JBJS.ST.N.00020.

HANANDEH, A. et al. Identification and Surgical Management of Upper Arm and Forearm Compartment Syndrome. Cureus. 2019 Oct 8;11(10):e5862. doi: 10.7759/cureus.5862.

IGOUMENOU, V. G.; KOKKALIS, Z. T.; MAVROGENIS, A. F. Fasciotomy Wound Management. 2019 Sep 3. In: Mauffrey C, Hak DJ, Martin III MP, editors. Compartment Syndrome: A Guide to Diagnosis and Management [Internet]. Cham (CH): Springer; 2019. Chapter 9. doi: 10.1007/978-3-030-22331-1_9.

MERCHAN, N. et al. Factors Associated With Surgical Site Infections After Fasciotomy in Patients With Compartment Syndrome. J Am Acad Orthop Surg Glob Res Rev. 2022 Feb 21;6(2):e22.00002. doi: 10.5435/JAAOSGlobal-D-22-00002.

MERLE, G.; HARVEY, E. J. Pathophysiology of Compartment Syndrome. 2019 Sep 3. In: Mauffrey C, Hak DJ, Martin III MP, editors. Compartment Syndrome: A Guide to Diagnosis and Management [Internet]. Cham (CH): Springer; 2019. Chapter 3. doi: 10.1007/978-3-030-22331-1_3.

NILSSON, A. et al. Low compartment pressure and myoglobin levels in tibial fractures with suspected acute compartment syndrome. BMC Musculoskelet Disord. 2019 Jan 5;20(1):15. doi: 10.1186/s12891-018-2394-y.

SARAVI, B. Capillary leak and endothelial permeability in critically ill patients: a current overview. Intensive Care Med Exp. 2023 Dec 20;11(1):96. doi: 10.1186/s40635-023-00582-8.

SERT, G. et al. The effect of time from injury to fasciotomy in patients with acute upper extremity compartment syndrome. Ulus Travma Acil Cerrahi Derg. 2024 Mar;30(3):203-209. doi: 10.14744/tjtes.2024.95519.

SONAWANE, K. et al. Coping With the Fear of Compartment Syndrome Without Compromising Analgesia: A Narrative Review. Cureus. 2022 Oct 27;14(10):e30776. doi: 10.7759/cureus.30776.

STUCKY, C. L.; MIKESELL, A. R. Cutaneous pain in disorders affecting peripheral nerves. Neurosci Lett. 2021 Nov 20;765:136233. doi: 10.1016/j.neulet.2021.136233.

TAKAN, S. M. L. Compartment Syndrome: Fasciotomy Treatment With Silver Hydrofiber Dressing. Revista Foco, v. 16, n. 9, p. 01-17, 2023. doi: 10.54751/revistafoco.v16n9-173.

TEPORDEI, R. T. An Innovative Non-Invasive Method for Early Detection and Monitoring of Acute Compartment Syndrome. J. Pers. Med. 2024, 14(5), 477; https://doi.org/10.3390/jpm14050477.

TORLINCASI, A. M.; LOPEZ, R. A.; WASEEM, M. Acute Compartment Syndrome. [Updated 2023 Jan 16]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2024.

VIA, A. G. et al. Acute compartment syndrome. Muscles Ligaments Tendons J. 2015 Mar 27;5(1):18-22. PMID: 25878982.

ŻWIEREŁŁO, W. et al. Burns: Classification, Pathophysiology, and Treatment: A Review. Int J Mol Sci. 2023 Feb 13;24(4):3749. doi: 10.3390/ijms24043749.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Bárbara Moraes Cabral, Álvaro Nantes Vieira Gastaldi, Steffani Welter dos Santos, Lucas Mortari, Georgia Gomes Lima Martins, Sofia Ziero Tesser, Luise D’avila Lopes, Raquel Laba Silva, Emanuelle Barros Alfaiate, Maria Cecília Amorim Trad, Marcelo Fontes da Silva, José Amarildo Avanci Júnior