Resumo
A apendicite aguda é uma condição comum, com um risco de vida de 1 em 11 pessoas. As diretrizes para o diagnóstico variam, com múltiplas regras de predição clínica sugeridas nas últimas décadas. Algumas abordagens defendem o uso de escores clínicos para estratificar o risco e guiar o uso de exames de imagem ou indicar diretamente cirurgia, enquanto outras recomendam a realização de imagens em todos os casos suspeitos. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de caráter integrativo, com natureza descritiva e explicativa. Para condução do estudo, definiu-se a seguinte questão norteadora: "Quais as evidências do manejo cirúrgico para a apendicite?". A busca na literatura foi realizada por meio do levantamento das produções científicas, utilizando bases de dados disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Ao todo foram recuperados 500 estudos, nos quais após o filtro seletivo da proposta, resultaram-se 20 presentes. Em termos de tratamento, os estudos recentes, indicam que os antibióticos não são inferiores à apendicectomia no manejo inicial da apendicite aguda. No entanto, a necessidade de uma apendicectomia posterior em cerca de 30% dos casos tratados com antibióticos sugere que essas abordagens podem ser complementares, em vez de mutuamente exclusivas. A escolha do tratamento deve, portanto, considerar as características individuais dos pacientes, e a diferenciação entre apendicite complicada e não complicada é essencial para personalizar a abordagem terapêutica. Ademais, a maioria dos pacientes que recebiam tratamento conservador posteriormente necessitam da abordagem cirúrgica.
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