Análise epidemiológica do perfil das hospitalizações por traumatismo cranioencefálico no Brasil de 2019 a 2023

Resumo

O Traumatismo Cranioencefálico (TCE) é uma das principais causas de morbimortalidade, especialmente entre adultos jovens. Apresentando repercussões de longo prazo, caracteriza uma problemática de saúde pública que demanda maior conhecimento dos dados demográficos brasileiros. Frente à escassez de estudos epidemiológicos nesse sentido, o presente estudo objetiva oportunizar a melhor compreensão da temática por meio da análise espaço-temporal das hospitalizações por TCE entre 2019 e 2023. Para isso, foram coletados dados do Sistema de Informações sobre Morbidade Hospitalar do SUS (SIM), com base nas variáveis de faixa etária, sexo, cor/raça e localização geográfica por regiões do Brasil. Os resultados evidenciaram um crescente aumento nos registros de internações, sendo o pico em 2023 e a maior prevalência de casos em todo o período na região Sudeste (58,72%), acometendo em maior número pessoas do sexo masculino (75,45%), pardas (44,66%) e entre 20 e 29 anos. Tais achados corroboram as análises de pesquisas epidemiológicas anteriores no que diz respeito às variáveis demográficas, bem como propiciam inferir possíveis relações de causalidade, especialmente no que diz respeito à predominância observada quanto aos dados de sexo, idade e cor/raça, considerando sua relação com os grupos descritos na literatura como mais vulneráveis às lesões cranioencefálicas. Ainda assim, estudos futuros precisam ser conduzidos a fim de avaliar possíveis casos de subnotificações dos grupos que apresentam menores taxas de internação, apesar de serem considerados suscetíveis ao TCE (como idosos e mulheres); e com o objetivo de elucidar as causas da disparidade verificada na distribuição epidemiológica do território brasileiro quanto à localidade e à época do ano.