Resumo
Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico das intoxicações exógenas em crianças e adolescentes no Brasil, entre os anos de 2010 e 2020. Metodologia: Estudo transversal, descritivo, retrospectivo a partir de dados do SINANNET/DATASUS. As variáveis de interesse foram:agente tóxico, sexo, raça/etnia, faixa etária, região de residência e evolução na faixa etária entre 0 e 14 anos. Os dados foram tabulados e foram calculados as suas frequências absoluta e relativa. Resultados: No período, o total de casos de intoxicação foram 238.880. O ano que apresentou a maior taxa de incidência foi em 2019 (32.605) e a região foi a Sudeste (100.024). Em relação à faixa etária a maior frequência foi entre 1 a 4 anos (51,8%). Observou-se predomínio no sexo feminino (52,49%) e na raça/cor em pardos (36,9%). Quanto aos agentes tóxicos, os mais frequentes foram os medicamentos (43,4%). A maioria dos casos evoluiu com cura sem sequelas (80,6%). Acerca da taxa de óbito, o total de casos foram 543, com predomínio da faixa de 10 a 14 anos (37,8%) e a região Nordeste (36,3%). Discussão: As intoxicações exógenas em crianças e adolescentes foram responsáveis por, ao menos, 543 óbitos entre 2010 e 2020. O estudo deste agravo na referida faixa etária é de suma importância para a administração em saúde pública no Brasil. O achado reforça a necessidade de conscientização dos pais e responsáveis, bem como da elucidação aos menores acerca do cuidado com exposição a tóxicos (medicamentos, álcool, ilícitos, entre outros) e seus possíveis riscos à saúde.
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