Resumo
A apendicite aguda é uma enfermidade do abdome agudo e a afecção cirúrgica mais comum do abdome. Sua fisiopatologia está relacionada com a obstrução da luz do apêndice ocasionada por fecalito, hiperplasia de linfonodos e menos frequentemente por parasitas, neoplasias e corpos estranhos, causando a inflamação do apêndice. O diagnóstico para a doença é clínico. O paciente poderá apresentar sintomas clássicos como dor abdominal migratória, febre, vômito, alterações nas fezes e na urina. A apendicite aguda é a principal causa de intervenção cirúrgica de urgência e emergência pela cirurgia geral no Brasil. A apendicectomia é um procedimento de baixa mortalidade, mas mesmo assim pode causar complicações em até 28% dos pacientes, como: abscesso de parede, obstrução intestinal, fístula fecal, evisceração, eventração, peritonite e hemorragia. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a eficácia do tratamento conservador na apendicite aguda. Dessa forma, o estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, conduzida através da busca por artigos indexados nas bases de dados SciELO, PubMed e BVS, que possuíam textos completos, pertencentes aos últimos 15 anos, utilizando os descritores: “Tratamento conservador da apendicite”, “Custo do tratamento do conservador da apendicite”, “Fisiopatologia”, “Diagnóstico” e “Tratamento medicamentoso”. A apendicite aguda é uma importante causa de morbidade e mortalidade devido as complicações dessa patologia, principalmente em extremos de idade. A apendicectomia é uma das cirurgias mais práticas a nível mundial. Porém, como todo tratamento cirúrgico, também apresenta riscos associados: infecção no sítio cirúrgico, obstrução intestinal e complicações relacionadas no sistema geniturinário. A antibioticoterapia pode ser uma opção para pacientes de alto risco cirúrgico e de difícil abordagem cirúrgica. Apesar de estudos mostrarem uma taxa inferior de cura em pacientes com antibiótico aos tratados cirurgicamente, não houve mais complicações cirúrgicas nos pacientes operados após tentativa de tratamento clínico, indicando que postergar a cirurgia não aumenta as complicações. Diante disso, concluiu-se que a abordagem conservadora pode ser uma alternativa para as apendicites não complicadas e complicadas: em baixos graus de infecção, a antibioticoterapia pode curar a doença na maioria das vezes, sendo tratamento eficiente e adequado; já nos casos mais complicados, o uso de antibióticos torna possível tratar a apendicite e fazer uma apendicectomia eletiva tardia.
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