Resumo
No Brasil, os transtornos de ansiedade e depressão afetam, ao longo da vida, respectivamente 20% e 30% da população. Nota-se que os indivíduos, muitas vezes, se preocupam de forma excessiva com as atividades rotineiras. Os estudantes de medicina, contudo, podem ser vistos como um grupo de risco para o desenvolvimento de ansiedade e depressão. Logo ao entrar na faculdade, os acadêmicos já são obrigados a mudarem as suas rotinas para conseguir conciliar o curso com a vida pessoal, deixando de lado, muitas vezes, a alimentação saudável e a prática de exercícios físicos. O objetivo do artigo foi identificar a relação da prática de atividade física e a presença de sintomas ansiolíticos e/ou depressivos entre os estudantes do curso de medicina da Universidade Comunitária da região de Chapecó (Unochapecó). A coleta de dados foi efetuada através de um questionário composto por doze perguntas, incluindo perguntas qualitativas e quantitativas. O banco de dados foi concluído com 71 acadêmicos do curso, que estão matriculados no primeiro, terceiro e quinto período, no ano de 2019. Cerca de 70% dos alunos que participaram da pesquisa responderam que se consideram ansiosos. No entanto, pôde ser notada uma diminuição nos sintomas ansiolíticos em alunos que praticam atividade física regularmente. Porém, a prática de atividade física em pessoas deprimidas não teve resultado positivo significativo. O estudo indica que a prática de exercícios físicos de forma intensificada pode estar relacionada a uma taxa inferior de sintomas ansiolíticos e sintomas depressivos nos estudantes de medicina. Portanto, é fundamental que os estudantes mantenham uma rotina com adequada qualidade de vida, visando diminuir o risco de tais transtornos mentais.
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