Estudo comparativo de hanseníase nos estados do Nordeste entre os anos de 2017 a 2023
PDF

Palavras-chave

Hanseníase, Hanseníase e epidemiologia.

Como Citar

Gomes, A. C. D. B., Serra , H. C. A., Veras , J. V. M., Cavalcanti , M. S., & Minasse , C. Y. (2024). Estudo comparativo de hanseníase nos estados do Nordeste entre os anos de 2017 a 2023. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(7), 2866–2880. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n7p2866-2880

Resumo

Introdução: A hanseníase é uma doença crônica contagiosa causada pela Mycobacterium leprae, sendo as vias respiratórias a principal via de entrada da bactéria no corpo. Possui uma predileção por nervos periféricos e pela pele, o que gera danos neurológicos e dermatológicos, que caracterizam a clínica da doença. O Brasil é o segundo país com maior número de casos, o qual a enfermidade se apresenta de modo heterogêneo, representando um problema de saúde pública. Objetivo: Identificar os casos notificados de hanseníase no Nordeste do Brasil  de 2017 a 2023 e correlacionar com a realidade dos programas de saúde pública ativos. Método: Estudo epidemiológico ecológico de série temporal a partir das coletas de dados de 2017 a 2023 no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/DATASUS). Foram estudados os 09 estados da região do Nordeste do Brasil em relação à doença e utilizou-se de estatística descritiva para análises dos dados. Resultados: Foram identificados mais de 81 mil casos de Hanseníase no Nordeste brasileiro, com destaque para o estado do Maranhão - o qual apresentou mais de 22 mil notificações. Além disso, é possível observar queda nos anos de 2020 e picos nos anos de 2021 e 2022; e uma queda nas taxas de abandono ao longo dos anos. Com a análise, é possível observar que o perfil mais afetado é o de pardos do sexo masculino, entre 20 a 69 anos, com escolaridade reduzida. Conclusão: Por fim, a conexão da doença com fatores socioeconômicos destaca a necessidade de abordagens abrangentes, que considerem tanto aspectos clínicos quanto sociais. A implementação de estratégias educativas é essencial para reduzir as disparidades na incidência da doença.  

 

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n7p2866-2880
PDF

Referências

ALBUQUERQUE R. A. et al. Epidemiological, temporal and spatial dynamics of leprosy in a municipality in northeastern Brazil (2008-2017): an ecological study. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 53, outubro de 2020.

ARAÚJO G. M. Hanseníase no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 36 (3), p. 373-382, maio-junho 2023.

BARBOSA C. C. et al. Spatial analysis of epidemiological and quality indicators of health services for leprosy in hyperendemic areas in Northeastern Brazil. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 62, novembro de 2020.

BELANDI C, GOMES I. Censo de 2022: pela primeira vez, desde 1991, a maior parte da população do Brasil se declara parda. IBGE, 22 de dezembro de 2023. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/38719-censo-2022-pela-primeira-vez-desde-1991-a-maior-parte-da-populacao-do-brasil-se-declara-parda#:~:text=Desde%201991%2C%20esse%20contingente%20n%C3%A3o,amarelas%20(0%2C4%25).

BRASIL. Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde - DATASUS. Disponível em: http://www.datasus.gov.br. Acesso: 22 março 2024.

BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégia nacional para o enfrentamento da hanseníase, 2019-2022. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de doenças de condições crônicas e infecções sexualmente transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2021.

BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico de Hanseníase. Brasília, 2023.

BRASIL. O estigma social que envolve a saúde masculina. Ministério da Saúde, 01 de dezembro de 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-exercitar/noticias/2022/o-estigma-social-que-envolve-a-saude-masculina.

CAVALCANTE A. M. D. M. et al. Múltiplas dimensões da gestão do cuidado à hanseníase e os desafios para a eliminação. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 54, fevereiro de 2020.

CHAGAS O. M. B. L. et al. Perfil sociodemográfico, clínico e geoespacial de casos novos de hanseníase diagnosticados no instituto Lauro de Souza Lima, Bauru, São Paulo, entre 2015 e 2019. Hansenologia Internationalis, 46, dezembro de 2021.

JESUS, R. L. I. et al. Hanseníase e vulnerabilidade: uma revisão de escopo. Revista Ciência & Saúde Coletiva, 28 (01), p. 143-154, janeiro de 2023.

MARCIANO C. S. H. L. et al. Epidemiological and geographical characterization of leprosy in a Brazilian hyperendemic municipality. Cadernos de Saúde Pública, 34 (8), agosto 2018.

OLIVEIRA A. R. et al. Leprosy prevalence spatial distribution and trend in a health region in Northeast Brazil, 2008-2017: an ecological study. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 32 (2), setembro de 2023.

PEDROSA L. V. et al. Leprosy among schoolchildren in the Amazon region: A cross-sectional study of active search and possible source of infection by contact tracing. Plos Neglected Tropical Diseases, 12 (2), fevereiro de 2018.

SANTOS N. A. et al. Perfil epidemiológico e tendência da hanseníase em menores de 15 anos. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 54, abril de 2020.

SCHMITZ V.; SANTOS B. J. Covid-19, leprosy, and neutrophilis. Plos Neglected Tropical Diseases, 15 (1), janeiro 2021.

VÉRAS B. C. G. et al. Perfil epidemiológico e distribuição espacial dos casos de hanseníase na Paraíba. Revista Cadernos Saúde Coletiva, 31 (2), junho de 2023.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Ana Carla Dias Botelho Gomes, Hanna Célia Almeida Serra , João Victor Mendonça Veras , Moisés Soares Cavalcanti , Catherine Yurie Minasse