Vírus Oropouche: Epidemiologia, vetores e diagnóstico
PDF

Palavras-chave

Vírus Oropouche
Febre Oropouche
Culicoides

Como Citar

Silva, J. W. P. (2024). Vírus Oropouche: Epidemiologia, vetores e diagnóstico. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(7), 10–20. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n7p10-20

Resumo

 

O vírus Oropouche (OROV), pertencente à família Peribunyaviridae e gênero Orthobunyavirus, é um importante patógeno nas Américas, especialmente no Brasil. Primeiramente isolado em 1955 em Trinidad e Tobago, foi posteriormente identificado no Brasil em 1960. O OROV é transmitido por insetos vetores e pode causar a febre Oropouche, uma doença caracterizada por febre, mialgia, artralgia, dor de cabeça, fotofobia e erupções cutâneas, com potencial para sintomas mais graves como meningite asséptica e hemorragias. O ciclo de transmissão do OROV envolve um ciclo silvestre, onde o vírus circula entre vertebrados silvestres, culicídeos e ceratopogonídeos, e um ciclo urbano, com humanos atuando como hospedeiros amplificadores e o Culicoides paraensis como principal vetor. Diagnosticar a febre Oropouche é desafiador devido à semelhança de seus sintomas com outras arboviroses, mas técnicas como PCR em tempo real e ensaios sorológicos são cruciais para a identificação precisa do vírus. Embora não haja vacinas ou tratamentos específicos para o OROV, a vigilância epidemiológica e o controle de vetores são essenciais para mitigar surtos. A febre Oropouche, antes considerada a segunda arbovirose mais comum no Brasil, continua a representar um desafio significativo para a saúde pública, exigindo esforços coordenados de pesquisa, diagnóstico e prevenção.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n7p10-20
PDF

Referências

ALENCAR, J. et al. New report on the bionomics of Coquillettidia venezuelensis in temporary breeding sites (Diptera: Culicidae). Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 44, n. 2, p. 247–248, 2011.

ANDERSON CR. et al. Mayaro virus: a new human disease agent. II. Isolation from blood of patients in Trinidad, B.W.I. Am J Trop Med Hyg 6:1012–1016

ARAÚJO, T. P. et al. Diagnóstico sorológico de infecções por dengue e febre amarela em casos suspeitos no Estado do Pará, Brasil, 1999. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 35, n. 6, p. 579–584, 2002.

AZEVEDO, R.S. et al. Reemergence of Oropouche Fever, Northern Brazi. Emerging Infectious Diseases, v. 13, n. 6, p. 1–4, 2007.

BASTOS MS. et al. Identification of Oropouche Orthobunyavirus in the cerebrospinal fluid of three patients in the Amazonas, Brazil. Am J Trop Med Hyg. 2012;86:732–735.

BORBOREMA CAT. et al. Primeiro registro de epidemias causadas pelo vírus Oropouche no estado do Amazonas. Rev Inst Med Trop Sao Paulo. 1982;24:132–139.

CARDOSO, B. F. et al. Detection of Oropouche virus segment S in patients and in Culex quinquefasciatus in the state of Mato Grosso , Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz, v. 110, n. September, p. 745–754, 2015.

CHAVEZ, R.; COLAN, E.; PHILIPS, I. Fiebre de Oropouche em Iquitos: reporte preliminar de 5 casos. Revista de Farmacologia y Terapéutica. v. 2, n. 1 p. 12 - 14, 1992.

DELMONT, J. Aspects cliniques et biologiques des arboviroses. Médecine et Maladies Infectieuses, v. 33, n. 11, p. 545–548, 2003

DIAS, L. B. D. A. et al. Dengue: Transmissão, aspectos clínicos, diagnóstico e tratamento. Medicina, v. 43, n. 2, p. 143–152, 2010.

EBERT, D. The Epidemiology and Evolution of Symbionts with Mixed-Mode Transmission. Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics, v. 44, n. 1, p. 623–643, 2013

FERNANDES, C. et al. Transovarial transmission of DENV in Aedes aegypti in the Amazon basin: a local model of xenomonitoring. Parasites & Vectors, v. 10, n. 249, p. 1–9, 2017.

FINE, P. E. Vectors and Vertical Transmission: an Epidemiologic Perspective. Annals of the New York Academy of Sciences, v. 266, n. 1, p. 173–194, 1975.

KARABATSOS, N. International catalogue of arboviroses and certain other viroses of vertebrates. San Antonio, USA. The American Society of Tropical Medicine and Hygiene. 1147p, 1985.

KOW, C. Y. et al. Detection of dengue viruses in field caught male Aedes aegypti and Aedes albopictus (Diptera: Culicidae) in Singapore by type-specific PCR. Journal of medical entomology, v. 38, n. 4, p. 475–9, 2001.

LEQUIME, S.; PAUL, R. E.; LAMBRECHTS, L. Determinants of Arbovirus Vertical Transmission in Mosquitoes. PLoS Pathogens, v. 12, n. 5, p. 1–14, 2016

MOTA, M. T. DE O.; RIBEIRO, M. R.; VEDOVELLO, D. Mayaro virus : a neglected arbovirus of the Americas. Future Virol, v. 10, p. 1109–1122, 2015.

MOURÃO, M. P. G. et al. Oropouche Fever Outbreak, Manaus, Brazil, 2007–2008. Emerging Infectious Diseases, v. 15, n. 12, p. 2063–2064, 2009.

NAVECA, F. G. et al. Multiplexed reverse transcription real-time polymerase chain reaction for simultaneous detection of Mayaro, Oropouche, and Oropouche-like viruses. Memorias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 112, n. 7, p. 510–513, 2017.

PESSANHA, J. E. M. et al. Cocirculation of two dengue virus serotypes in individual and pooled samples of Aedes aegypti and Aedes albopictus larvae. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 44, n. 1, p. 103–105, 2011

PINHEIRO FP. et al. Doenças infecciosas e parasitárias: enfoque amazônico. CEJUP; Belém: 1997. Febre por Oropouche; pp. 285–298.

PINHEIRO, F. P.; PINHEIRO, M.; BENSABATH, G.; CAUSEY, O. R.; SHOPE, R. E. Epidemia de Oropouche em Belém. Revista do Serviço Especial de Saúde Pública, 12, 15-23, 1962

ROMERO-ALVAREZ, D.; ESCOBAR, L. E. Vegetation loss and the 2016 Oropouche fever outbreak in Peru. Memorias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 112, n. April, p. 292–298, 2017

SECUNDINO, N. F. C. et al. Zika virus transmission to mouse ear by mosquito bite: A laboratory model that replicates the natural transmission process. Parasites & Vectors, v. 10, n. 346, p. 4–10, 2017.

SERRA, O. P. et al. Mayaro virus and dengue virus 1 and 4 natural infection in culicids from Cuiabá, state of Mato Grosso, Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 111, n. ahead, p. 0–0, 2016.

VASCONCELOS PFC. et al. Primeiro registro de epidemias causadas pelo vírus Oropouche nos estados do Maranhão e Goiás, Brasil. Rev Soc Bras Med Trop. 1989;31:271–278

VASCONCELOS, H. B. et al. Molecular epidemiology of Oropouche virus, Brazil. Emerging Infectious Diseases, v. 17, n. 5, p. 800–806, 2011

VASCONCELOS, H. B. et al. Oropouche fever epidemic in Northern Brazil: Epidemiology and molecular characterization of isolates. Journal of Clinical Virology, v. 44, p. 129–133, 2009.

VASCONCELOS, P. F. C., et al. Arboviruses pathogenic for man in Brazil. In: An overview of arbovirology in Brazil and neighbouring countries. Instituto Evandro Chagas, p. 72-99, 1998.

WATTS, D. M.; PHILLIPS, I.; CALLAHAN, J. D.; GRIEBENOW, W.; HYAMS, K. C.; HAYES, C. G. Oropouche virus transmission in the Amazon river basin of Peru. The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene. v. 56, n. 2, p. 148 - 152, 1997.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Jordam William Pereira Silva