Resumo
As internações hospitalares por mioma uterino representam um aspecto significativo da saúde reprodutiva feminina, destacando a prevalência e o impacto clínico dessa condição. Miomas uterinos, também conhecidos como fibromas, são tumores benignos que se formam na musculatura do útero, afetando uma grande parcela das mulheres em idade reprodutiva. Embora muitas mulheres com miomas não apresentem sintomas, uma porção significativa enfrenta complicações que podem necessitar de hospitalização, como sangramento menstrual intenso, dor pélvica severa e anemia grave. As internações por mioma uterino não apenas refletem a necessidade de intervenções médicas e cirúrgicas, mas também apontam para questões mais amplas relacionadas ao acesso aos cuidados de saúde, disparidades socioeconômicas e à eficácia das estratégias de prevenção e tratamento. Compreender os fatores que levam à hospitalização por miomas é crucial para melhorar os cuidados oferecidos e promover a saúde das mulheres de forma abrangente. O objetivo deste trabalho foi traçar o perfil epidemiológico das internações causadas por mioma uterino no período de 2019 a 2023, com intuito de identificar flutuações na prevalência e populações mais vulneráveis para a prevenção e controle desta enfermidade. Este é um estudo de séries temporais, que usou dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do DATASUS. Essa fonte abrangente oferece uma visão detalhada das internações causadas por miomas uterinos no Brasil. Neste estudo, demostramos um aumento de 32% nas internações causadas por mioma uterino no Brasil, com o nordeste sendo responsável pela maioria das internações e custos hospitalares. Além disso, identificamos que mulheres, pardas, com idade entre 40 a 49 anos, foram as principais afetadas. Para enfrentar esse desafio, é necessário um enfoque multifacetado que inclua prevenção, diagnóstico precoce, tratamento eficaz e políticas públicas que promovam a saúde da mulher de forma abrangente. Dessa forma, será possível não apenas reduzir as internações, mas também melhorar significativamente a qualidade de vida das mulheres afetadas por essa condição.
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