ANÁLISE DAS CESARIANAS REALIZADAS ENTRE 2018 e 2022 NO BRASIL À LUZ DA CLASSIFICAÇÃO DE ROBSON
PDF

Palavras-chave

Cesárea
Morbidade
saúde materno infantil
complicações na gravidez
Brasil

Como Citar

Andrade Manfio, S. B., Della Justina Florentino Silva, I., de Moura Moraes, J. M., Pacheco Espíndola, L., Teles Fernandes de Lima, M., & Rodrigues, E. U. (2024). ANÁLISE DAS CESARIANAS REALIZADAS ENTRE 2018 e 2022 NO BRASIL À LUZ DA CLASSIFICAÇÃO DE ROBSON. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(6), 12–27. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n6p12-27

Resumo

O presente artigo tem como objetivo analisar a taxa de cesarianas no período de 2018 a 2022 no Brasil à luz da Classificação de Robson. Trata-se de um estudo epidemiológico de abordagem quantitativa, observacional e transversal com dados coletados em agosto de 2023, no Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Os resultados foram organizados em planilhas do software Microsoft Office Excel, comparados quantitativamente e analisados considerando a Classificação de Robson. Nesse período, o grupo 9 da classificação de Robson obteve a maior taxa de cesarianas do Brasil, seguido pelo 6 e 7, e o ano de 2022 alcançou a maior taxa de procedimentos.  As regiões com menor taxa de cesarianas foram: Norte (48,85%) e Nordeste (53,21%), prevalecendo o grupo 3 com os menores valores em ambas. Já o Centro-Oeste obteve o maior resultado (63,40%), seguido pelas regiões Sul (62,01%) e Sudeste (58,75%). É imprescindível direcionar novas políticas públicas de saúde a partir do entendimento das características obstétricas regionais, identificadas pela Classificação de Robson, de modo a incentivar o parto vaginal e reduzir os riscos relacionados aos procedimentos sem indicação clínica. 

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n6p12-27
PDF

Referências

ARANGO-MONTOYA, C. LÓPEZ-ARROYAVE, M.X. MARÍN-RÍOS, J. COLONIA-TORO, A. BAREÑO-SILVA, J. Parto vaginal exitoso y resultados maternos y perinatales en pacientes con antecedente de cesárea y prueba de trabajo de parto: estudio de corte transversal. Revista Colombiana de Obstetricia y Ginecología [periódico online]. v. 73, n. 4, p. 369–77, 2022 Disponível em: https://revista.fecolsog.org/index.php/rcog/article/view/3874. Acesso em set/2023

BETRAN, A.P. YE, J. ZHANG, J. MOLLER, A. SOUZA, J.P. Trends and projections of caesarean section rates: global and regional estimates. [Internet]. BMJ Global Health. v. 6, n. 6, 2021. Disponível em: https://gh.bmj.com/content/6/6/e005671.info . Acesso em set 2023

BETRAN, A. TORLONI, M. ZHANG, J. GÜLMEZOGLU, A. Who Statement on Caesarean Section Rates. BJOG: An International Journal of Obstetrics & Gynaecology. [Internet].

v. 123, n. 5, p. 667–670, 2015. Available from: https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/1471-0528.13526

BETRÁN, A.P. GULMEZOGLU, A.M. ROBSON, M. MERIALDI, M. SOUZA, J.P. WOJDYLA, D. ET AL. Who Global Survey on Maternal and Perinatal Health in Latin America: classifying caesarean sections. Reproductive Health. [Internet]. 2009. Available from: https://reproductive-health-journal.biomedcentral.com/articles/10.1186/1742-4755-6-18

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Assistência à Saúde, Coordenação Materno-Infantil. Programa Humanização do parto: humanização no pré-natal e nascimento. Brasília. Ministério da Saúde, 2002.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Painel De Monitoramento De Nascidos Vivos, classificação de risco epidemiológico (Grupos de Robson). DAENT. 2014 - [cited from 2018 to 2022].

Avaliable from: https://svs.aids.gov.br/daent/centrais-de-conteudos/paineis-de-monitoramento/natalidade/grupos-de-robson. Acesso em set/2023.

Classificação Robson. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia [periódico online]. v. 43, n. 9, p. 084-090, 2021. Disponível em: https://www.thieme-connect.de/products/ejournals/abstract/10.1055/s-0040-1718446. Acesso em set/2023

COPELLI, F.H.S. ROCHA, L. ZAMPIERI, M.F.M. GREGÓRIO, V.R.P. CUSTÓDIO, Z.A.O Determinants of women 's preference for cesarean section. Texto & Contexto - Enfermagem [Internet]. v. 24, n. 2, p. 336–343, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tce/a/rF5JT3cxSzyrQbZjL76mgVP/# . Acesso em agosto 2023.

DIAS, B. A. S. Recorrência da cesariana e da prematuridade na pesquisa Nascer no Brasil [Tese]. 2021. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.

EFTEKHARIAN, C. HUSSLEIN, P.W. LEHNER, R. Cesarean Section Rate and Perinatal Outcome Analysis According to Robson’s 10-Group Classification System. Maternal and Child Health Journal. v. 25, n. 9, p. 1474–1481, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34181155/

HEALY, C.M. COVID-19 in Pregnant Women and Their Newborn Infants. JAMA Pediatrics. [periódico online]. v. 175, n. 8, p. 781-783, 2021.

Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jamapediatrics/fullarticle/2779183

KNOBEL, R. LOPES, T.J.P. MENEZES, M. O.ANDREUCCI, C.B. GIEBUROWSKI, J.T. TAKEMOTO, M.L.S. Cesarean-section Rates in Brazil from 2014 to 2016: Cross-sectional Analysis Using the Robson Classification. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. [Internet]. v. 42, n. 09, p. 522–528, set/2020 Disponível em: https://www.thieme-connect.de/products/ejournals/abstract/10.1055/s-0040-1712134. Acesso em set/2023.

LEAL, M. C. GAMA, S.G.N. DA, PEREIRA, A.P.E. PACHECO, V. E. CARMO, C.N. SANTOS, R.V. A cor da dor: iniquidades raciais na atenção pré-natal e ao parto no Brasil. Cadernos de Saúde Pública. v. 33, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/LybHbcHxdFbYsb6BDSQHb7H/abstract/?lang=pt

OLIVEIRA, C.F. BORTOLI, M.C. SETTI, C. LUQUINE JÚNIOR, C.D. TOMA, T.S. Apoio contínuo na assistência ao parto para a redução das cirurgias cesarianas: síntese de evidências para políticas. Ciência e Saúde Coletiva. [Internet]. v. 27, n. 2, 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/PCcP8QgG6tpcCRxnJMfs6RK/?lang=pt

OMS. Robson Classification: Implementation Manual. World Health Organization. 2017. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/9789241513197

PAIXÃO, S.E. BOTTOMLEY, C. PESCARINI, J.M. WONG, K.L.M. CARDIM, L.L. RIBEIRO SILVA, R.C. ET AL. Associations between cesarean delivery and child mortality: a national record linkage longitudinal study of 17.8 million births in Brazil. Plos Medicine [periódico online]. 2021. Disponível em: https://journals.plos.org/plosmedicine/article?id=10.1371/journal.pmed.1003791#sec021. Acesso em set/2023.

Parto Adequado [Internet]. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Available from: https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/gestaosaude/parto-adequado. Acesso em dez/2023.

PATAH, L.E.M. MALIK, A.M. Modelos de assistência ao parto e taxa de cesárea em diferentes países. Revista de Saúde Pública. São Paulo. v. 45, n. 1, p. 185–94, fev/2011. Available from: https://www.scielo.br/j/rsp/a/rMnhFmBRjDPQhkSV3HBgQYH/. Acessado em jun/2023.

Principais Questões sobre Parto Vaginal Após Cesariana (PVAC – VBAC) [Internet]. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/principais-questoes-sobre-parto-vaginal-apos-cesariana-pvac-vbac/#:~:text=A%20chance%20de%20uma%20mulher. Acesso em fev/2023.

RATTNER, D. LANSKY, S. RIOS, S. NYI, D.Y. DINIZ, S.G. GONZÁLEZ, A. ET AL. Sobre a defesa dos direitos das mulheres e dos bebês em tempos de pandemia de Covid-19: a sociedade civil recomenda. In: Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). População e desenvolvimento em debate: impactos multidimensionais da pandemia da Covid-19 no Brasil. 1 ed. Campinas, SP: Traço Publicações e Design, 2021. p. 28-33

REBELO, F. DA ROCHA, C.M.M. CORTES, T.R. DUTRA, C. L. KAC, G. High cesarean prevalence in a national population-based study in Brazil: the role of private practice. Acta Obstetricia Et Gynecologica Scandinavica [Internet]. v. 89, n. 7, p. 903–908, 2010.

Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20583936/

RODRIGUES, D.P. ALVES, V.H. PENNA, L.H.G. PEREIRA, A.V. BRANCO, M.B.L.R. SOUZA, M.R.P. O descumprimento da lei do acompanhante como agravo à saúde obstétrica. Texto & Contexto Enfermagem. v. 26, n. 3 , 2017

Disponível em: https://www.scielo.br/j/tce/a/4Qm774mp8J5P7CTBkVpkFVf/?lang=pt

SILVER, RM. Implications of the First Cesarean: Perinatal and Future Reproductive Health and Subsequent Cesareans, Placentation Issues, Uterine Rupture Risk, Morbidity, and Mortality. Seminars in Perinatology. v. 36, n. 5, p. 315–23, 2012. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0146000512000481?via%3Dihub

SOARES, K.B. KLEIN, V.C.G. LIMA, J.A.R.F. DE GADENZ, L. PAULO, L.E. KONOPKA, C.K. Risco gestacional como fator determinante para cesariana de acordo com os grupos da Classificação Robson. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia [periódico online]. v. 43, n. 9, p. 084-090, 2021. Disponível em: https://www.thieme-connect.de/products/ejournals/abstract/10.1055/s-0040-1718446.Acesso em set/2023

VOGEL, J.P. BETRÁN, A.P. VINDEVOGHEL, N. SOUZA, J.P. TORLONI, M.R. ZHANG, J. ET AL. Uso da classificação de Robson para avaliar tendências de cesarianas em 21 países: uma análise secundária de dois inquéritos multinacionais da OMS. The Lancet Global Health. v. 3, n. 5, p. 260-270, maio/2015. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25866355/

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Caesarean section rates continue to rise, amid growing inequalities in acess. [Internet]. 2021. Available from: https://www.who.int/news/item/16-06-2021-caesarean-section-rates-continue-to-rise-amid-growing-inequalities-in-access. Acesso em set 2023.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Sofia Beatriz Andrade Manfio, Isabelly Della Justina Florentino Silva, Juliana Maria de Moura Moraes, Luana Pacheco Espíndola, Manuella Teles Fernandes de Lima, Eros Uriel Rodrigues