Resumo
Introdução: A síndrome do supercrescimento bacteriano no intestino delgado (SIBO) trata-se de um desbalanceamento super populacional da microbiota, podendo ser resultado de mudanças anatômicas estruturais, motilidade intestinal, ou falta de secreção gástrica eficiente, levando a sintomas como dor, distensão abdominal, má absorção, alteração de permeabilidade intestinal, diarreia e flatulência. Estudos sugerem que a SIBO é uma condição clínica comum, especialmente em pacientes com anomalias do trato digestivo ou motilidade gastrointestinal prejudicada, portanto, se o problema subjacente não for resolvido e tratado adequadamente, a recorrência de SIBO é altamente provável, mesmo após terapia antibiótica. Atualmente, apesar do grande impacto na qualidade de vida dos pacientes acometidos, ainda se observa um reduzido arsenal teórico sobre o tema. Objetivo: identificar os pacientes suscetíveis à doença, as bactérias de maior incidência e como o diagnóstico é feito. Metodologia: Refere-se de uma revisão bibliográfica literária, conduzida através da busca por artigos indexados nas bases de dados PubMed, LILACS E Scielo, redigidos nos idiomas português e inglês, que possuíam textos completos, pertencentes aos últimos 10 anos utilizando os descritores “Crescimento Bacteriano", "Microbioma Gastrointestinal", “Bactérias”, “Intestino Delgado”, “Tratamento” e “Diagnóstico”. Resultados: Após análise dos artigos escolhidos, foi constatado relações entre a SIBO e algumas condições, como a baixa estatura e baixo peso em pacientes pediátricos com problemas digestórios prévios, seu desenvolvimento posterior a doença hepática não alcoólica e seu aparecimento concomitantemente ao tratamento de câncer colorretal ou gástrico. No entanto, os artigos não tinham foco o tipo de bactéria que colonizava o intestino delgado e o no tratamento específico da SIBO. Conclusão: Frequentemente a síndrome do supercrescimento bacteriano do intestino delgado está associado a uma causa primária, sendo necessária atenção da equipe de saúde para o surgimento de sintomas. Além disso, deve haver mais estudos científicos em relação a enfermidade para um maior conhecimento dessa doença, a fim de otimizar a abordagem diagnóstica e o tratamento, proporcionando uma boa qualidade de vida do paciente.
Referências
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