Resumo
A ansiedade é uma disfunção da atividade mental que se caracteriza pela tensão ou desconforto derivados da antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho. Entretanto, as crianças não expõem seus sentimentos livremente e não têm consciência deles, podendo ter seus medos reconhecidos como exagerados. Os Transtornos de Ansiedade (TA) na Infância podem ser decorrentes de diversos fatores, como o gênero, características comportamentais, fatores ambientais e o contexto da família. Sendo o sistema familiar a primeira estrutura social na qual a criança está inserida, este constitui a base para promover o desenvolvimento afetivo-social e cognitivo dela. O TA infantil é capaz de gerar graves consequências, o que pode levar a prejuízos imediatos e também a longo prazo. Diante disso, esse trabalho objetivou revisar as produções científicas acerca das consequências da ansiedade na infância e qual a relação da negligência familiar nesse processo. Para isso, foram utilizados artigos obtidos pelas bases de dados Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientif Eletronic Library Online (SciELO), National Library of Medicine (PubMed), EbscoHost e Google Scholar, com os descritores “desenvolvimento”, “crianças”, “ansiedade” e “família” com diferentes combinações, utilizando o operador booleano AND. Os critérios de inclusão definidos para seleção dos artigos foram aqueles disponíveis na íntegra online, nos anos de 2010 a 2023 e artigos publicados em português e inglês. Critérios de exclusão foram artigos publicados e duplicados em outras bases de dados e que estejam fora do espaço temporal preconizado. Foram encontrados 21 artigos que atenderam aos requisitos especificados para esta pesquisa. Dessa forma, concluímos que os fatores ambientais e as influências dos ciclos vitais familiares são características da estrutura familiar que, quando presentes de uma maneira desajustada, colaboram para o desenvolvimento da ansiedade na infância.
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