Resumo
Introdução: A úlcera do pé diabético (UPD) é uma complicação crônica e debilitante
associada ao diabetes mellitus. Caracteriza-se por lesões ulcerativas que podem progredir para infecções profundas e até mesmo amputações. Objetivo: Avaliar a patogênese e o manejo da úlcera do pé diabético. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica que incluiu artigos originais e revisões sistemáticas em inglês e português, que abordaram os fatores patogênicos e terapêuticos associados à UPD, publicados entre 2012 e 2024, selecionados nas bases de dados PubMed, Scopus e SciELO. Após a seleção criteriosa, foram escolhidos 16 artigos para compor esta revisão bibliográfica. Resultados: O entendimento abrangente da patogênese da UPD revela que alterações sensoriais e estruturais nos pés, advindas da neuropatia periférica diabética, torna as lesões menos perceptíveis e suscetíveis a danos e pode levar a deformidades nos pés, exacerbando o desenvolvimento ou agravamento da UPD. A neuropatia autonômica compromete a transpiração e a circulação sanguínea, aumentando o risco de infecções cutâneas. Ademais, a doença arterial periférica promove alterações vasculares que aumentam o risco de complicações micro e macrovasculares. O manejo da UPD envolve desbridamento, curativos adequados, antibioticoterapia e estratégias de alívio de carga e revascularização arterial para promover a cicatrização e reduzir o risco de amputação. Considerações: Destaca-se a complexidade e a amplitude da patogênese da UPD, que pode ser caracterizada por três pilares fundamentais: neuropatia periférica, doença arterial periférica e infecção. O manejo do quadro requer um cuidado abrangente e uma avaliação especializada para garantir resultados eficazes. A avaliação especializada é essencial para determinar a gravidade da condição, identificar possíveis complicações, como infecções, e desenvolver um plano de tratamento personalizado para cada paciente.
Referências
Acar, E., & Kacira, B. K. (2017). Predictors of lower limb amputation and re-amputation associated with diabetic foot. The Journal of Foot & Ankle Surgery, 53(2), 182–185.
Ahluwalia, R., Maffulli, N., Lázaro-Martínez, J. L., Kirketerp-Møller, K., & Reichert, I. (2021). Diabetic foot without load and ulcer remission: Exploring surgical offloading. Surgeon, 19(1), e526–e535.
Akkus, G., & Sert, M. (2022). Diabetic foot ulcers: A devastating complication of diabetes mellitus continues non-stop in spite of new medical treatment modalities. World Journal of Diabetes, 13(12), 1106-1121.
Barwell, N. D., Devers, M. C., Kennon, B., Hopkinson, H. E., McDougall, C., Young, M. J., ... & Leese, G. P. (2017). Diabetic foot infection: Antibiotic therapy and good practice recommendations. International Journal of Clinical Practice, 71(2).
Conte, M. S., Bradbury, A. W., Kolh, P., White, J. V., Dick, F., Fitridge, R., ... & Suresh, K. R. (2019). Global vascular guidelines on the management of chronic limb-threatening ischemia. Journal of Vascular Surgery, 69(6), 3S–125S.e40.
Da Silva, J., Leal, E. C., & Carvalho, E. (2021). Bioactive antimicrobial peptides as therapeutic agents for infected diabetic foot ulcers. Biomolecules, 11(12), 1894.
Darvishi, S., Tavakoli, S., Kharaziha, M., Girault, H. H., Kaminski, C. F., & Mela, I. (2022). Advances in the sensing and treatment of wound biofilms. Angewandte Chemie International Edition, 61(13).
Guariguata, L. (2012). By the numbers: new estimates from the IDF Diabetes Atlas Update for 2012. Diabetes Research and Clinical Practice, 98(3), 524–525.
International Diabetes Federation. (2015). Diabetes atlas. 7th ed. Brussels. Available from: http://www.diabetesatlas.org.
Kee, K. K., Nair, H. K. R., & Yuen, N. P. (2019). Analysis of risk factors on the healing time and infection rate of diabetic foot ulcers in a wound care referral clinic. Journal of Wound Care, 28(Sup7), S4–S13.
Noor, S., Zubair, M., & Ahmad, J. (2015). Diabetic foot ulcer—a review on pathophysiology, classification and microbial etiology. Diabetes & Metabolic Syndrome, 9(3), 192–199.
Obagi, Z., Damiani, G., Grada, A., & Falanga, V. (2019). Principles of wound dressings: A review. Surgical Technology International, 35, 50–57.
Öniz, S. A. (2016). The role of pressure offloading in healing diabetic foot ulcers and preventing recurrences. Plastic and Reconstructive Surgery, 138(3S), 179S–187S.
Vouillarmet, J., Bourron, O., Gaudric, J., Lermusiaux, P., Millon, A., & Hartemann, A. (2016).Arterial revascularization of the lower limbs: Is there any evidence of healing of diabetic foot ulcers? Diabetes & Metabolism, 42(1), 1–8.
Waaijman, R., de Haart, M., Arts, M. L., Wever, D., Verlouw, A. J., Nollet, F., & Bus, S. A. (2014). Risk factors for plantar foot ulcer recurrence in neuropathic diabetic patients. Diabetes Care, 37(6), 1697–1705.
Zhang, P., Lu, J., Jing, Y., Tang, S., Zhu, D., & Bi, Y. (2017). Global epidemiology of diabetic foot ulceration: a systematic review and meta-analysis. Annals of Medicine, 49(2), 106–116.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Paulo Vytor Cardoso Nobre, Ane Valéria Cardoso Nobre, Vinicius Cerqueira de Barros Silveira, Wendell Santos Santana , Paulo Victor Santos Brito, Bettyjany de Araújo Melo Granja, Ruane Clemente Costa d’Oliveira , José César De Oliveira Cerqueira , Josivaldo de Araújo Alves Júnior , Gustavo José Araújo Bezerra, Igor Macedo Ferreira, Amanda Virgínia Oliveira Leite