Tétano Acidental no Departamento de Emergência: relato de caso
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Palavras-chave

Tétano, Infecção por Clostridium tetani, Toxóide Tetânico.

Como Citar

Nunes Silva, A. L., De Albuquerque Melo, V. C., Santos de Souza , L., Maia Semen, A. C., Oliveira Silva, D., & dos Santos Lemes, H. S. (2024). Tétano Acidental no Departamento de Emergência: relato de caso. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(4), 215–225. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n4p215-225

Resumo

O tétano é uma doença infecciosa aguda, que no Brasil possui uma incidência similar entre os sexos, embora seja mais frequentemente associada ao sexo masculino, devido a maior exposição a traumatismos. Essa doença ocorre pela ação de neurotoxinas produzidas pelo Clostridium tetani, que possuem tropismo pelas células do Sistema Nervoso Central e atuam bloqueando a neurotransmissão e a excitabilidade deste sistema. Este estudo visa relatar um caso do Departamento de Emergência de um hospital de Recife/PE. Trata-se de um  paciente de 66 anos, negro, casado, morador da zona rural, agricultor, que dá entrada no serviço com queixa de dor lombar há 1 dia, refratária a analgésicos simples, anti-inflamatórios e opioides. Durante a avaliação médica, inicia quadro de sialorreia, sudorese intensa e movimentos espásticos generalizados. Em seguida, evolui com insuficiência respiratória e parada cardiorrespiratória. Retorna à circulação espontânea após 2 ciclos e é medicado com Diazepam IV, devido à persistência dos movimentos espásticos e padrão respiratório em gasping. Segue-se com intubação orotraqueal e conexão ao ventilador mecânico. Após saída do quadro agudo, familiares relataram história de lesão perfurante em joelho há 10 dias do aparecimento dos sintomas. É fechado o diagnóstico de tétano acidental grave e como conduta, faz-se administração de soro antitetânico (SAT) ou gamaglobulina (IGAT) e vacina dT. Faz-se metronidazol, diazepam IV, bloqueador neuromuscular contínuo e fentanil em bomba. Mantém-se  a ventilação mecânica com uma PEEP de 10 e procede-se com transferência para UTI. Por se tratar de uma doença com diagnóstico clínico, mas que possui diversos diagnósticos diferenciais, a identificação precoce na emergência é uma medida fundamental para esta doença, assim como a instituição do tratamento adequado o mais breve possível.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n4p215-225
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