Resumo
O uso medicinal da cannabis remete à diversas sociedades antigas com os mais variados objetivos, como o controle da dor e da ansiedade. Apesar do preconceito contemporâneo pelo uso recreativo da cannabis e seus derivados, estes estão entre os medicamentos mais estudados da atualidade, em especial no tratamento de condições neurológicas refratárias, como a Esclerose Múltipla. A revisão abrangeu estudos recentes sobre o uso da cannabis medicinal no tratamento da Esclerose Múltipla (EM), destacando diferentes canabinóides e sua eficácia em sintomas como espasticidade, dor central, disfunção urinária e qualidade do sono. Enquanto alguns canabinóides mostraram benefícios significativos em estudos, como o nabiximols e o THC/CBD em spray oromucosal, a eficácia da Cannabis Sativa fumada permanece incerta. A revisão também enfatizou desafios, como efeitos adversos, falta de informações cruciais nos estudos e a emergência do VSN16R como uma potencial alternativa. Estudos sobre os efeitos a longo prazo apresentaram resultados discrepantes, ressaltando a necessidade de mais pesquisas. A análise econômica abordou a questão da custo-efetividade, destacando a importância de considerar não apenas aspectos clínicos, mas também impactos financeiros. A partir dessa revisão, conclui-se que há melhorias nos sintomas da EM, além de apontar desafios e destaca a importância de superar barreiras éticas, econômicas e políticas para avançar nas pesquisas sobre cannabis medicinal.
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