Resumo
INTRODUÇÃO: A gastroenterite aguda representa um desafio significativo para a saúde pública, dada sua alta incidência e impacto na qualidade de vida da população. O Brasil revela uma preocupante incidência da doença, com variações regionais significativas e impactos desproporcionais em determinados grupos populacionais. OBJETIVO: Avaliar o perfil epidemiológico no Brasil, de 2019 a 2024, de acordo com o número de internações registradas por ano, conforme idade, gênero, faixa etária, e lista de morbidades. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo qualitativo e quantitativo, de caráter transversal e descritivo, dos dados epidemiológicos de internações por gastroenterite, no Brasil de 2019 a 2024. Os dados foram obtidos através do Sistema de Informática do SUS (DATASUS).
RESULTADOS: Foram notificadas 426.736 internações por gastroenterite aguda, com maior índice no ano de 2019, com (n=119.306) 27,9%, e menor índice em 2021 com (n=71411) 59%. A região mais acometida foi a região Nordeste com (218.794) 51% dos casos e a menos acometida região Centro-Oeste com (n=27.435) 6,4% dos casos. Das infecções por patógenos específicos mais registrados encontra-se a amebíase com (n=3881) 0,9%. A maior prevalência foi na primeira infância dos 1-4 anos, (n=91.466) 21,4% e a menor prevalência na adolescência, dos 10-14 anos, com (n=20.970) 4,9%. Ademais, o sexo feminino representa (n=217.444) 50,9% dos casos.
CONCLUSÃO: A gastroenterite ainda é um problema de saúde pública no Brasil, predominantemente na região Nordeste, acometendo mais crianças de 1 a 4 anos, do sexo feminino. A compreensão desses fatores é essencial para reduzir a carga da gastroenterite no sistema de saúde brasileiro e melhorar a qualidade de vida da população afetada.
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