Lúpus eritematoso sistêmico (LES) em atividade desencadeada por sepse secundária a infecção de trato urinário, associado a manifestação inicial de herpes genital
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Palavras-chave

Lúpus Eritematoso Sistêmico
Sepse
Herpes genital

Como Citar

SOARES DE ALENCAR, P. E., GOUVÊA FACURE, C., BARALDI LAMANA, S., SILVA FERREIRA, L., PINHEIRO RIBEIRO, M. B., PACHECO COSTA, G., MOREIRA VIEIRA, L., PEREIRA PEREGO, T., & DE LIMA SANTOS, M. (2024). Lúpus eritematoso sistêmico (LES) em atividade desencadeada por sepse secundária a infecção de trato urinário, associado a manifestação inicial de herpes genital . Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(3), 2884–2895. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n3p2884-2895

Resumo

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune que afeta principalmente mulheres em idade reprodutiva, caracterizada por focos inflamatórios nos tecidos e órgãos causando agressão multi-sistêmica. Este trabalho propõe relatar o caso de uma paciente portadora LES reativado por processo infeccioso cujo aparecimento de úlcera genital deflagrou internação hospitalar, além de demonstrar ferramentas diagnósticas e abordagem terapêutica usadas. Trata-se de estudo descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de caso clínico, realizado por revisão de prontuário hospitalar. O caso abordado é de uma paciente do sexo feminino, de 29 anos, hipertensa, diabética, com diagnóstico prévio de lúpus associado a nefrite lúpica proliferativa em controle medicamentoso. Procurou atendimento devido ao surgimento há 3 dias de lesão peri-anal dolorosa, náuseas, vômitos e febre. Ao exame físico apresentava fácies cushingóide, febre, taquicardia, hipotensão, palidez cutâneo-mucosa e úlcera genital em fúrcula vaginal e em espelho na região inter glútea. Os exames laboratoriais apontavam anemia, injúria renal aguda, acidose metabólica, provas inflamatórias aumentadas e crescimento de bacilo gram-negativo em cultura de urina e sangue. Recebeu expansão volêmica na chegada e foi iniciado antibiótico e antiviral por possível herpes genital. Evoluiu com taquidispnéia e piora do estado geral, necessitando de oxigenoterapia em cateter nasal, transfusão de hemácias, corticosteroide via oral e reposição de eletrólitos. Mantendo piora clínica, a terapia foi transicionada para corticosteroide endovenoso, por três dias. Recebeu alta após duas semanas de internação, com encaminhamento para seguimento ambulatorial, em bom estado geral, com remissão de sintomas e lesão genital. O presente estudo revela, portanto, um caso de franca agudização de doença lúpica por processo infeccioso, tendo como primeira manifestação uma lesão genital. Portanto, ressalta a importância de sempre valorizar o histórico patológico do paciente, relacionado às queixas atuais de modo a realizar diagnóstico e controle clínico adequados visando o bem estar do paciente.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n3p2884-2895
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