Resumo
Introdução: A violência sexual compreende atividades sexuais sem consentimento, sendo o estupro sua forma mais grave. O assédio sexual, por sua vez, envolve comportamentos indesejados que violam a integridade e os direitos das mulheres. Afeta principalmente mulheres, acarretando complicações físicas e psicológicas, além de custos sociais e de saúde significativos. O estigma associado e o desconhecimento legal inibem as vítimas de buscar ajuda. Objetivo: Caracterizar casos notificados de violência sexual, estupro e assédio sexual em Goiás entre 2018 e 2022. Metodologia: Estudo transversal, descritivo, analítico, retrospectivo e com abordagem quantitativa, a partir de coleta secundária de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN). Selecionaram-se os casos notificados de violência sexual, estupro e assédio sexual no estado de Goiás, no período de 2018- 2022.Resultados: Casos notificados de violência sexual, estupro e assédio sexual em Goiás aumentaram entre 2018 e 2022, com exceção no ano de 2020 sobretudo em virtude da pandemia de Covid-19. A análise revela que as mulheres representam a grande maioria das vítimas, com uma taxa de 88%, sendo a faixa etária de 10-14 anos a mais vulnerável. Além disso, pessoas pardas são as mais afetadas, evidenciando a interseccionalidade entre gênero e raça. A violência sexual também está correlacionada com fatores socioeconômicos e tem uma prevalência alarmante entre pessoas com baixa escolaridade. Conclusão: A violência sexual, estupro e assédio representam um grave problema de saúde pública, com efeitos adversos tanto na saúde física quanto mental das vítimas, incluindo traumas profundos e permanentes. Conscientização, implementação de políticas eficazes e apoio às vítimas são cruciais para reverter essa epidemia invisível e construir um ambiente seguro e respeitoso para todos. A precisão e exatidão dos resultados são essenciais, destacando a importância dos profissionais na correta inserção das informações na ficha de notificação, evitando subnotificação. É fundamental romper o silêncio e dar voz às vítimas, desencadeando ações concretas que promovam a prevenção, a justiça e a transformação social.
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